O Bairro São José

 

Conhecido com um bairro tranquilo, o Bairro São José acolheu muitos pioneiros da cidade de Vilhena (RO), grande parte vindo do estado do Paraná em busca de uma vida melhor. O bairro está localizado no Setor 1, registrado em 1983 e tem como limites ao norte com a BR-364, ao sul com a margem direita do Igarapé Pires de Sá, a oeste com áreas, no momento do registro ainda não desmembradas, a leste com a BR-364 e Avenida Getúlio Vargas.

 

De acordo com moradores, o bairro foi dividido recentemente e transformou-se em quatro pequenos bairros: São José, Santo Antônio, Ipanema e Jardim Vilhena. De acordo com Rosani Lorenzzi, desenhista da Secretaria Municipal de Terras (Semter), o bairro nunca passou por uma divisão. "O bairro São José sempre teve a mesma área. O bairro mais novo, que é o Ipanema é uma loteamento de uma área que pertencia a chácaras. O bairro Jardim Vilhena na verdade é apenas uma fileira de quadras", explica.

 

 

Início

 

As políticas de ocupação da Amazônia começaram em 1970, quando o governo lançou campanhas chamando a atenção de pessoas em busca de uma nova vida. No estado de Rondônia a distribuição de terras também começou nessa época e atraiu várias pessoas.

 

 

Diz o aposentado Manoel Ferreira de Araújo, de 72 anos, embora nos documentos tenha 69 anos. Manoel veio do estado do Paraná para Vilhena em 1976 com o mesmo o objetivo que muitos sonhadores, buscar por uma vida melhor. A promessa era mais do que apenas um lote de terras para recomeçar, mas um convite para participar do desenvolvimento de uma cidade.

 

 

 

 

 

 

Mas a poucos minutos de embarcar para a cidade Manoel teve medo, não por si, mas pela esposa, doente na época, e pelos filhos. 

 

 

 

 

 

 

A paranaense aposentada Adélia Amaral da Silva, de 68 anos, mudou-se para a cidade no mesmo ano em que Manoel. Adélia morou no Centro da cidade por dois meses e depois mudou-se para o bairro São José onde permanece há 38 anos. Nessa época, segundo a aposentada, apenas o bairro Centro tinha energia elétrica. "Quando cheguei aqui apenas o centro tinha energia elétrica, mas apenas até as 23h", conta. Quanto à rede de água do bairro São José, Manoel, que trabalhava na Caerd, empresa responsável pelo sistema de água e esgoto na época, ajudou a instalar.

 

 

 

 

 

Segundo Adélia, antes da instalação da rede de água utilizavam a água do Igarapé Pires de Sá, que atualmente está poluído, para os afazeres domésticos e para o consumo.

 

A aposentada conta que cerca de oito anos após ter se mudado para a cidade o bairro começou a apresentar um aumento nos índices de violência. A situação teve uma melhora com o tempo, mas o uso de drogas no bairro ainda persiste. "O bairro teve uma época mais violenta, mas depois passou. Agora o problema é na praça, que até mesmo durante o dia podemos ver jovens usando drogas", conta. Adélia mora em frente à praça e teme pelas crianças que frenquentam o local.