A MINHA PRAÇA DA AMIZADE
Por Prata White
É sábado de fevereiro um. Vinte e poucas horas, e eu aqui pensando sobre este lugar. Disseram-me que foi construída por volta de mil novecentos e oitenta e seis. Não é lá aquelas coisas, mas recordei de alguns momentos que me fazem valorizar esta praça, e de uma forma especial, ela sempre parece me dizer “aqui, todos são bem-vindos”, amores, amantes, mendigos e amigos.
Agora já é quase domingo dois, de um lindo fevereiro. Preciso escrever aos meus amigos e leitores desconhecidos que a cada dia a vida me revela que o segredo das pessoas incríveis é a simplicidade, que a felicidade mora com quem consegue enxergar a beleza nas coisas quase mais insignificantes, e que, com dinheiro ou sem dinheiro, aqui é lugar onde nós sempre poderemos nos encontrar, onde cabe qualquer “tamanho” de gente, e quanto mais gente, mais risos, sorrisos e mais amigos.
Apesar da falta de estrutura, conforto e modernidade, aqui, acredito, é um palco de momentos inesquecíveis. Sabe aquele dia que, praticamente, ninguém tinha dinheiro, e a galera se juntava só pra tomar uma coca-cola, jogar UNO, a roda de téris... só pelo prazer de estarmos juntos, de curtimos a nossa amizade? Outros em que a gente queria relembrar as boas sensações de ser criança e não resistia à piscina de bolinhas. Acredito que, para muitas pessoas, esta praça tem sido um lugar de bons momentos, pra criança que se sente um motorista num carrinho, mesmo que controlada pelo pai; para os casais apaixonados, os amigos que saíam juntos da escola e sentavam ali só pra ficar de papo mais um pouco e também para os hippies e camelôs na lida da vida. Penso, se eu começasse a questionar, ouviria boas histórias de muitas memórias. Sim, um lugar que constrói histórias individuais e também a história da nossa cidade. As feiras aqui realizadas, os eventos de música e arte no coreto, a caixa d’água com os fogos em feriados patriotas e fim de ano, a rampa de skate e a escultura que nomeia minha praça da amizade, Ângelo Spadari.
